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CAMPEONATO BRASILEIRO
O primeiro escudo do clube foi o do Club de Regatas Botafogo que, apesar de não ser oficial, era bastante utilizado popularmente. Nele, estavam representados a estrela (considerada, já na época, símbolo máximo do Botafogo), os remos e as iniciais do clube CRB entrelaçadas.
No uniforme, porém, os atletas não usavam esse escudo. A estrela era representada acima das letras entrelaçadas CRB.
Em 1919, no entanto, a estrela cresceu e o monograma passou a ser dentro dela..
Paralelamente a isso, em 1904, surgia o Botafogo Football Club e com ele um novo escudo. Desenhado a nanquim por Basílio Viana Júnior, um dos fundadores do clube, ele era inspirado em um escudo suíço, tinha o fundo branco, o contorno preto e, ao centro, o monograma BFC, as iniciais do clube.
Em 1942, com a fusão e o surgimento do Botafogo de Futebol e Regatas, o escudo sofreu alterações para se tornar o que conhecemos hoje. Ele permaneceu com o formato suíço do BFC, mas ganhou, no lugar das letras, a famosa Estrela Solitária. Outras mudanças ocorreram no fundo, que passou a ser preto, e no contorno que antes era formado por apenas uma linha negra e passou a ter dois contornos: o de dentro branco e o de fora negro. O escudo do Botafogo não é apreciado somente por Celtic Glasgow (Escócia) e Juventus (SP). Por mais de uma vez, o clube foi contemplado, mundo afora, por seu belíssimo escudo. Cabe ressaltar, pois, algumas destas premiações: Em 1998, durante a IV Bienal Brasileira de Design Gráfico, realizada em São Paulo, os designers já haviam sentenciado o escudo do Botafogo como o que há de mais bonito no mundo. Para que se possa mensurar a importância de seu emblema, a Associação dos Designers Gráficos (ADG Brasil) realizou a mostra intitulada 50 Projetos Brasileiros. Entre os cinqüenta projetos (logotipos, cartazes, capas de livro, revistas, discos etc.), apenas três tinham relação com o futebol brasileiro: o cartaz da Copa do Mu silhueta, estilizada por Aloísio Magalhães, de Pelé dando sua famosa bicicleta; e o símbolo do Botafogo de Futebol e Regatas, de 1942. A revista japonesa T Sports Magazine publicou na sua edição de dezembro de 2008 uma lista com os 100 escudos de futebol mais bonitos do mundo. O júri, composto por integrantes de 15 países (Brasil, Inglaterra, Itália, França, Alemanha, Argentina, EUA, Rússia, Sérvia, Chile, Irã, México, Marrocos, Espanha e Japão - com cinco integrantes no júri). Nesta competição, não houve referência à atividade profissional dos votantes, o que em nada diminui ou contesta a vitória do Botafogo, por vezes eleito o escudo mais bonito do mundo. Na eleição dos 100 mais bonitos da revista japonesa T Magazine, os dez primeiros foram, nesta ordem: Botafogo (Brasil), Liverpool (Inglaterra), Sampdoria (Itália), Olympique Marseille (França), Oulu (Finlândia), Boca Juniors (Argentina), Falkirk (Escócia), Ghuangzhou GPC (China), Air India (Índia) e Galatasaray (Turquia). Em 2009, foi a vez do site Esporte Fino promover uma eleição para escolher os escudos mais bonitos do planeta. A enquete ganhou destaque na Rádio Globo, Rádio Bandeirantes e no L Lancenet!. Para elaborar a eleição, os autores do site fizeram uma pré-seleção e, durante este processo, contaram com o suporte do jornalista e historiador Rodolfo Rodrigues, autor do livro Escudos dos Times do Mundo Inteiro. Desta forma, chegaram à fase final 128 escudos de 45 países. Para definir os dez, a equipe do site convidou seus eleitores, a fim de buscar imparcialidade: jornalistas e especialistas em design, como Helena Jacob (jornalista, professora em design gráfico e mestra em semiótica), Maurício Noriega (SporTV), Everaldo Marques (ESPN Brasil), Mauro Beting (Rádio Bandeirantes, TV Band, Band Sports), Rodolfo Rodrigues (jornalista, historiador e autor do livro supracitado), além dos quatro jornalistas responsáveis pelo site. Por mais uma vez, o Botafogo encabeçou a lista, seguido por Celtic Glasgow (Escócia) e Juventus (SP).
Atualmente, em frente à sede de General Severiano, há uma estátua apelidada de Manequinho, que faz parte do folclore alvinegro. Tombada em 2002 como patrimônio cultural, representa, de maneira bem-humorada, um menino urinando. É uma reprodução da estátua Manneken Pis, da Praça de Bruxelas, na Bélgica. Com um metro de altura, foi esculpida, originalmente por Belmiro de Almeida, em 1908, e esteve instalada na Praça Marechal Floriano, no Rio de Janeiro, até 1927. Nessa ocasião, foi transferida, por ser considerada um desrespeito aos bons costumes, para a Praia de Botafogo, próxima à sede do Botafogo Mourisco Mar. A imagem passou a ser associada ao Glorioso quando, na comemoração do Campeonato Carioca de 1957, um torcedor vestiu a scultura com a camisa do Botafogo. Os alvinegros, então, passaram a considerá-la um símbolo do clube. Em todas as conquistas de títulos, o Manequinho recebe carinhosamente um uniforme do time. Em 1990, vândalos roubaram e destruíram o monumento. Uma réplica, de autoria de Amadeu Zani, foi instalada no local para substituí-lo. No ano de 1994, a estátua foi transferida para a praça em frente à sede de General Severiano. Em 2008, após novo ato de vandalismo, o Manequinho teve a peça de seu pênis roubada. A estátua novamente foi restaurada e, no início de novembro desse mesmo ano, o Botafogo assumiu a posse e guarda oficial do monumento.
Outro mascote reconhecido pelo Botafogo é o cachorro. Sua origem está no mandato do então presidente, e muito supersticioso, Carlito Rocha. O pequeno cachorro de nome Biriba, que pertencia ao zagueiro botafoguense Macaé, foi considerado um dos símbolos da conquista de maneira invicta do Campeonato Carioca de 1948. O vira-lata alvinegro foi levado por Carlito a todos os jogos do Botafogo na competição e em 19 partidas foram 17 vitórias e apenas dois empates, encerrando um jejum de 13 anos sem conquistas e fazendo com que a torcida botafoguense ganhasse o apelido de cachorrada. Atualmente, dois mascotes caninos são presenças garantidas nos jogos em que o Fogão é o mandante no Stadium Rio! Biriba e Biruta sempre estão presentes para animar a garotada alvinegra!
Inovando ao abraçar causas nobres em prol da solidariedade, o Botafogo adotou a campanha Estrela Solidária, iniciativa de torcedores acolhida pelo clube. Em seu primeiro ano como parceiro oficial da campanha, em 2009, o Botafogo incentivou seus torcedores a doarem sangue no Hemorio. Atletas do clube estiveram no local para receber os doadores botafoguenses. Até mesmo Nilton Santos, um dos maiores ídolos do Botafogo, aderiu à campanha. O resultado não poderia ser outro: a Estrela Solidária foi sucesso no Hemorio. O local foi inteiramente decorado com e mblemas e bandeiras do clube e teve participação maciça da torcida alvinegra, que colaborou doando sangue e leite em pó. Neste ano, em parceria com a organização não governamental Viva Rio, o clube, também através da Estrela Solidária, arrecadou garrafas de água mineral para as vítimas do terremoto no Haiti. Ao final do clássico contra o Vasco, foram arrecadados, aproximadamente, 1.500 litros de água mineral.
No ano de 2004, o Alvinegro festejou seu centenário no futebol lançando uma linha exclusiva em comemoração, elaborada pelo designer Osvaldo Ruy Júnior. Além desta linha de material esportivo, o clube adotou um escudo em alusão à data, o qual foi estampado em todas as camisas de jogo e demais produtos daquele ano.
Não há, no Botafogo, camisa mais importante do que a de número 7. Ainda que haja uma corrente que considere a mística da camisa 7 a partir de Garrincha, a história começou a ser construída em 1948, envergada pelo atacante Paraguaio. O jogador foi um dos grandes responsáveis pelo título carioca daquele ano, conquistado após uma vitória sobre o Expresso da Vitória vascaíno. Na década de 60, a camisa vestiu o maior craque da história do clube e um dos maiores do futebol em todos os tempos: Manuel Francisco dos Santos, ou simplesmente Garrincha. Mané, como também era conhecido, encantava até mesmo torcedores adversários. Não era raro ver torcedores rivais inebriados com os dribles desconcertantes do Anjo das Pernas Tortas. Pelo Botafogo, Garrincha conquistou inúmeros títulos, entre os quais, há de se destacar o Campeonato Carioca de 1962, quando marcou por duas vezes, garantindo o título sobre o maior rival, Flamengo. Já pela Seleção Brasileira, Mané foi campeão em 1958 e 62, sendo neste responsável direto pela conquista, uma vez que Pelé, por conta de uma contusão logo no início da competição, não atuaria mais na Copa. Nas quartas-de-final, após marcar por duas vezes e decretar a vitória sobre a Inglaterra, os jornais ingleses se renderam e decretaram: Mané Garrincha é um extraterrestre. Em sua passagem pelo Glorioso, Garrincha marcou 249 gols em 579 jogos. Desde então, a camisa sempre foi reservada ao jogador diferenciado do plantel alvinegro. Já na década de 70, o clube viu surgir uma grande safra de postulantes à honraria. Jairzinho, o Furacão da Copa de 70 e um dos grandes ídolos do Botafogo, marcou 189 gols pelo Alvinegro. Rogério também foi um dos atacantes que mantiveram viva a mística da camisa. Apenas em 1989, após longo jejum de títulos, a camisa escolheu Maurício para ser mais um integrante da história alvinegra. Coube ao atacante decidir a partida contra o Flamengo e fazer ecoar pelo Maracanã o grito por tanto tempo contido, em um dos títulos mais importantes da centenária história do Botafogo. Seis anos depois, Túlio Maravilha herdou a responsabilidade e a honra de envergar a camisa 7. E, com ela, sagrou-se artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1995, conquistado pelo Botafogo. A mística, que conta com milhares de devotos, é válida até hoje. A honraria, como se viu, é concedida a poucos. No entanto, esses poucos, quando devidamente escolhidos pela camisa, têm o sucesso garantido.