Classe e elegância. Eram as palavras mais usadas para definir sua maestria na arte de jogar futebol. Uma arte que rendeu vários títulos e homenagens sem fim, exaltando a categoria de Valdir Pereira, o Didi, um dos símbolos mais representativos da época de ouro do Botafogo. Por sua intimidade com a bola, com seu indiscutível porte elegante, Didi é uma das poucas unanimidades, um mito que enfeitiça até mesmo quem não o viu jogar. Meio campo de toques refinados, Didi ficou famoso como o inventor da "folha seca", um estilo de cobrar falta em que dava à bola um efeito semelhante ao de uma folha caindo. Em uma cobrança de falta nesse estilo, classificou o Brasil para a Copa de 58, com a vitória por 1 a 0 sobre o Peru, nas eliminatórias de 1957. Na Suécia, foi eleito o melhor jogador do Mundial. Foi, também, o autor do primeiro gol no Maracanã, na partida inaugural do estádio, em 1950, entre as seleções carioca e paulista, que teve vitória de São Paulo, por 2 a 1. Há também quem garanta que Didi teria sido o iventor da paradinha na cobrança de pênalti, e não Pelé. Pela seleção, fez 74 jogos, tendo marcado 21 gols.
Pelo Botafogo, Didi, que nasceu dia 8 de outubro de 1928, em Campos, e morreu dia 12 de maio de 2001, disputou 313 partidas, marcando 114 gols e conquistando três Campeonatos Cariocas (1957, 61 e 62) e um Torneio Rio-São Paulo (1962). Pela Seleção Brasileira, conquistou duas Copas do Mundo (1958 e 1962), tendo participado também da Seleção que foi à Copa de 54, na Suíça.
Clubes em que jogou: Americano, Lençoense, Madureira, Fluminense, Botafogo, Real Madrid e São Paulo.
Como técnico, comandou Sporting Cristal e Alianza Lima, clubes do Peru, além da seleção peruana na Copa de 1970; Vera Cruz (México), River Plate (Argentina), Fernerbache (Turquia), Al Ahli (Arábia Saudita), Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Bangu.
Didi, homem esquivo, de chute oblíquo e dissimulado como o olhar de Capitu.
(Armando Nogueira)